Homem aciona explosivos, morre em frente ao STF e Praça dos Três Poderes é interditada. (vídeo)
Duas detonações, com um intervalo de aproximadamente 20 segundos, ocorreram nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, no início da noite desta quarta-feira (13). Uma pessoa faleceu, e a área foi interditada. Equipes de bombeiros e militares especializados em explosivos foram acionadas para o local.
O que já se sabe sobre o incidente:
Por volta das 19h30, um veículo explodiu em um estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. No porta-malas do carro, foram encontrados fogos de artifício e tijolos. O automóvel tinha placa de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, Santa Catarina, e pertencia a Francisco Wanderley Luiz, que concorreu ao cargo de vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020, mas não foi eleito, obtendo 98 votos. De acordo com a Polícia Civil, dias antes ele havia alugado uma residência em Ceilândia, no Distrito Federal.
Cerca de 20 segundos após a primeira explosão no estacionamento, uma segunda detonação ocorreu na Praça dos Três Poderes — localizada entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto — onde um homem veio a óbito. Até a última atualização, o corpo permanecia no local. Conforme o boletim da Polícia Civil, o falecido foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, o proprietário do veículo que explodiu entre o STF e o Anexo IV.
Antes do incidente, o homem tentou adentrar o prédio do STF, onde lançou um explosivo sob a marquise e exibiu artefatos presos ao corpo a um vigia. Em seguida, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na parte de trás da cabeça. Um segurança relatou à Polícia Civil que o homem estava com uma mochila da qual retirou uma blusa, alguns dispositivos e um extintor. Ele arremessou a blusa na estátua em frente ao Supremo e, quando o segurança tentou se aproximar, ele "abriu a camisa", revelando um dispositivo semelhante a um relógio digital, que foi interpretado como uma possível bomba. Em seguida, o homem lançou dois ou três dispositivos explosivos, deitou-se no chão e colocou um último artefato na cabeça como se fosse um travesseiro.
No boletim de ocorrência consta ainda que o homem enviou mensagens via WhatsApp antecipando suas ações na Praça dos Três Poderes, indicando intenções de praticar autoextermínio e de realizar um atentado contra pessoas e instituições.
O esquadrão antibombas foi acionado para fazer uma varredura e garantir a inexistência de mais dispositivos explosivos nas redondezas, incluindo em veículos e no corpo do homem falecido. Durante o incidente, as sessões plenárias na Câmara e no Senado foram interrompidas. No STF, a sessão já havia terminado, e ministros e funcionários foram retirados com segurança. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Planalto, e não foi ordenada a evacuação do edifício, mas a segurança no palácio será reforçada com apoio de integrantes do Exército.
Após o ocorrido, o presidente se reuniu no Palácio da Alvorada com os ministros do STF, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, além do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, que também compareceu à residência presidencial. A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar as explosões, que será encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes.
Testemunhas relataram um "som muito alto" e viram pessoas correndo. Uma funcionária do Tribunal de Contas da União (TCU), Layana Costa, estava em um ponto de ônibus em frente ao STF no momento da primeira explosão. Ela relatou que um homem, carregando uma sacola, passou acenando com um "joinha" antes do incidente.
Após o primeiro estrondo, ela se virou e viu o homem lançar algo próximo à estátua da Justiça antes de cair. Carlos Monteiro, dono de um food truck no estacionamento do Anexo IV da Câmara, também testemunhou o ocorrido e descreveu o momento em que o carro começou a pegar fogo. Segundo ele, o homem retirou itens do porta-malas e, em seguida, ocorreram as explosões, que foram seguidas por uma grande nuvem de fumaça.
Em nota, o STF informou que, ao término da sessão de quarta-feira, "dois estrondos fortes foram ouvidos e os ministros foram evacuados em segurança". Todos os servidores e colaboradores foram retirados por precaução. O Supremo Tribunal também destacou que a segurança está cooperando com as autoridades policiais do Distrito Federal.
O secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar, anunciou o fechamento da Esplanada dos Ministérios, informando que, no momento, as autoridades estão investigando o que ocorreu e enviando reforços do batalhão especial da PMDF para isolar a área.
Fonte: G1