Acusação de assédio contra padre Julio Lancelotti é arquivada

No início deste mês, a Arquidiocese de São Paulo encerrou a investigação sobre alegações de abusos sexuais envolvendo o padre Júlio Lancelotti e menores de idade. O caso havia sido aberto em fevereiro deste ano após um jornalista alegar ter sido assediado pelo sacerdote durante a infância.

Em uma nota enviada ao Metrópoles, a instituição afirmou que “ao final da investigação, não foi possível confirmar a verossimilhança das denúncias apresentadas e, portanto, conforme o Direito Canônico, a investigação foi arquivada pela Cúria Metropolitana.” A Arquidiocese ressaltou que o processo investigativo seguiu as diretrizes eclesiásticas, incluindo depoimentos das pessoas que se identificaram como vítimas e do próprio padre.

A responsabilidade pela investigação foi atribuída à Comissão Arquidiocesana de Tutela contra Abusos de Menores e Adultos Vulneráveis, que ouviu as pessoas envolvidas nas denúncias. Em seguida, foi formada uma Comissão de Investigação Prévia para analisar mais a fundo as acusações, incluindo uma audiência com o padre Júlio.

Em 2020, outra acusação contra o sacerdote também foi arquivada pela Arquidiocese e pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) após apurações que não chegaram a uma conclusão sobre a materialidade da denúncia. Na época, um vídeo levantava suspeitas de abuso, mas a Cúria Metropolitana, com base na decisão do MPSP e da Justiça Paulista, optou pelo arquivamento e comunicou a Santa Sé.

Sobre Júlio Lancelotti

O padre Júlio Lancelotti é um sacerdote católico que lidera a Paróquia São Miguel Arcanjo, localizada na Mooca, zona leste de São Paulo. Ele se tornou uma figura conhecida pelo trabalho com pessoas em situação de rua e chegou a receber uma carta de apoio em nome do Papa Francisco, incentivando sua dedicação aos moradores de rua da cidade.

No início de 2024, vereadores da Câmara Municipal de São Paulo tentaram instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ONGs que atendem pessoas em situação de rua e dependentes químicos na região da Cracolândia, e o padre Júlio era um dos alvos. Contudo, a CPI enfrentou resistência pública e acabou não avançando.

 

Fonte: Metrópoles


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